A reciclagem é uma estratégia importante para reduzir a contaminação do solo e das águas por resíduos sólidos e para reduzir o consumo de recursos naturais e de energia. A lei 12305/2010 “Política Nacional de Resíduos Sólidos” incentiva essa prática. Mas enquanto materiais como vidro, metais e papelão tem altas taxas de reciclagem, somente 9% do plástico no mundo e cerca de 2% no Brasil são reciclados.
Primeiro, embora a maior parte dos tipos de plástico seja reciclável, alguns não o são. Os termorrígidos (ex.: baquelite), o celofane, o EVA e as espumas (PU) não são recicláveis por falta de tecnologia adequada para fazê-lo. Materiais compostos de plástico ou plástico com outros materiais, como embalagens de alimentos, fraldas e absorventes entre outros, são a princípio recicláveis, mas na prática não é econômica a separação dos materiais.
Em segundo lugar, estando o plástico contaminado por óleo, alimentos, produtos químicos etc. (ex.: esponjas, fita adesiva), sua reciclagem pode não ser possível sem uma limpeza, que encarece o processo ou o torna inviável.
Também a maior heterogeneidade da matéria-prima e características do processo tornam mais difícil garantir as propriedades finais do material resultante da reciclagem, então alguns clientes, como os da indústria automotiva e da farmacêutica fazem restrições ao uso desses materiais.
Por último, por razões mercadológicas, recentemente tem sido mais barato importar matéria-prima virgem da Ásia do que adquirir matéria-prima nacional resultante de reciclagem de plástico nacional.
Mesmo frente as dificuldades, é importante fazer a coleta seletiva e destinação do plástico para reciclagem, pois os problemas provocados pelo plástico não reciclado vão desde os visíveis como garrafas pet boiando em corpos d´água até os invisíveis, como o microplástico, que já é encontrado em nossos corpos.
As “madeiras plásticas” e “telhas plásticas” feitas de plástico reciclado, por exemplo, utilizam resíduos plásticos que não seriam aproveitados na reciclagem comum. Já existem processos para a reciclagem de isopor, que não havia há pouco tempo. A produção de energia a partir da queima do plástico já é realidade em outros países, e novos processos de reciclagem vem sendo desenvolvidos. Mesmo a destinação para aterros evita que esses resíduos contaminem o meio ambiente, onde podem permanecer por cerc de 400 anos até serem completamente decompostos. Além disso, práticas como redução do consumo e reuso dos produtos plásticos devem ser praticadas.
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